“Ao amanhecer de um dia nos fins de 1985, as rádios colombianas informaram:
A cidade de Armero sumiu do mapa.
O vulcão vizinho matou a cidade.
[Vulcão Nevado del Ruiz, 13 de novembro de 1985, acréscimo nosso]
Ninguém conseguiu correr mais rápido que a avalancha de lodo fervente:
uma onda grande como o céu e quente como o inferno atropelou a cidade, jorrando vapor e rugindo fúrias de animal ruim, e engoliu trinta mil pessoas e todo o resto.
O vulcão vinha avisando há um ano.
Um ano inteiro ficou jorrando fogo, e quando não podia esperar mais,
descarregou sobre a cidade um bombardeio de trovões e uma chuva
de cinzas, para que os surdos escutassem e os cegos enxergassem
tanta advertência. Mas o prefeito dizia que o Governo Superior dizia
que não havia motivos para alarme, e o padre dizia que o bispo
dizia que Deus estava cuidando do assunto, e os e os géologos e
os vulcanólogos diziam que tudo estava sob controle e fora de perigo.
A cidade de Armero morreu de civilização.
Não tinha nem cumprido um seculo de vida.
Não tinha hino nem escudo.”
(extraido da pagina de Facebook
de Anabela de Araujo, com a devida
autorização.)