A Liberdade é Poesia
É o renascer, a revolução
Do Poeta que grita a vida
Que canta com o coração
É a liberdade de expressão
Como uma palavra cantada
Que se funde em cada nota
Que no fim se dilui em cada refrão
É a liberdade de viver em pleno e intensamente
Apagando do dicionário a palavra “não”
Seja a rir ou a chorar
O poeta revoluciona a vida a cantar
Seja imaginação ou fantasia
O poeta renasce sempre das cinzas para voltar a cantar
Liberdade é ser um poeta da vida
O porta-voz do Mundo ou de uma nação
Um poeta canta, grita e escreve libertando-se com toda a sua
força e garra
Vindo de todo o seu coração
(Eduardo M. Fabian – Pseudónimo de Inês Nabais in ” A Sombra e o Sonho de Eduardo – 2014)
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Um poema da m/querida amiga e poetisa Rosa Maria
Porque choro se estou viva
Porque choro se estou viva…porque vivo sem viver
Porque caminhas tu alma minha de carne despida
Diz-me vida…que dor é esta que flagela o meu ser
Diz-me mãe…porque sofreste para me dares a vida
E tu morte…porque zombas de mim e me deixas assim
Nesta eterna espera pelo descanso que tarda em chegar
Se já estou moribunda…porque te esqueceste de mim
Ceifa as flores de Primavera que trago no meu olhar
E tu tempo…porque me deixas aqui descrente de tudo
Diz-me: onde adormeço esta ferida que trago na alma
E este grito preso na garganta e este abismo profundo
Na agonia de nada esperar…nesta dor que não acalma
E tu noite negra…porque deixas que o dia amanheça
E este medo de viver e esta tristeza a rasgar-me o peito
E a cova aberta esperando que o meu corpo adormeça
E meu pensamento seja feito de silêncio e esquecimento
E tu Primavera…porque que me vestiste de negro cetim
Porque deixaste o Inverno gelar o meu cansado coração
E tu companheira solidão…porque não te afastas de mim
Dá-me a sombra dos ciprestes e uma cova rasa no chão
E tu Mulher…onde deixaste a menina de ilusões vestida
Em que curva deste caminho disseste adeus à esperança
Como deixaste que a morte não te deixasse viver a vida
Hoje és flor desfolhada…uma pétria ruína daquela criança
Escrito por Rosa Maria
Ainda Brinco de Boneca
As vezes sou uma mulher sapeca
Outras vezes sou uma menina que ainda tem boneca
Impedir uma mulher de amar
É como proibir uma criança de brincar
Não gosto quando me comparam com um anjo no céu
Desconheço um anjo com o nome de Raquel
A força da natureza move os moinhos de vento
Mas dentro de cada um de nós
É a franqueza que move nossos sentimentos
Mais do que crescer
Eu desejo aprender a saber viver
Dizem que estou errada
Que eu sonho demais
Imagina se soubessem que ainda tem bonecas
A moça de Batatais
Provavelmente zombariam
Querem minha presença, mas não minha companhia
Na visão deles
Sou nova demais pra chorar
E adulta demais pra sonhar
Minha alma nessa caminhada é uma aprendiz
Não quero chegar diante de Deus
E dizer que eu não fui feliz
Ler e escrever para mim
Não é pregar no deserto
Amigo é quem gosta de mim
Esteja longe ou perto
Hoje sou uma menina, amanhã serei um mulherão
Tanto faz, o importante é que as duas
Tenham sob o seio um bom coração
Que entendam Einstein como ninguém
Tenham dentro de si o bem e o mal, isso é normal
Mas que nunca se contentem apenas com a palavra igual
A quem possa interessar
Sou uma mulher que brinca de boneca e não desiste de sonhar
Sou uma menina sapeca que nasceu para amar…
Raquel Cinderela as Avessas
Imensidão de si mesmo – Fonte:Obvious
Há muito tempo eu não escrevia
Abarrotada pela correria
Que a mim e a ti consumia
Mas acordei cedo em um belo dia
E o rei sol a nascer me dizia
Que, assim, surgiria esta poesia
A pureza, inocência, ingenuidade
Já não têm mais valor nessa cidade
Como os índios tiveram arrancada sua castidade
Também nós perdemos a vivacidade
E tudo isso, por quê? Mera vaidade
Que nos aprisiona e desumana sem piedade
Tudo isso em prol de poder
Um aliado maligno que todos queremos ter
O dinheiro, fez de nós seu capataz
E não tem fim: é sempre mais e mais e mais
Um pedaço de papel confundido com o paraíso
Em troca do brilho e do sorriso
Aonde foi parar aquela beleza?
Ao mesmo tempo refletida e oriunda da pureza
Das crianças, dos nascidos com riqueza
As quais perdemos com destreza
Cabe aqui falar da natureza
Que foi um dia nada menos que realeza
E eu gostaria de prolongar o que termina com -dade
Pra falar um pouco da minha saudade
Aquela, de viver sem profanos na autoridade
Manipulando com muita agilidade
Sendo vítimas de sua maldade
Que nos afasta uns dos outros, na verdade
Veja seu whatsapp, as conversas que lá estão
Escolha uma delas com o coração
Surpreenda seu amigo com a antiga emoção
De ir hoje mesmo lhe dar um abração
E lhe oferecer, de verdade, um pouco de atenção
Não se deixe render, a amizade não pode ser em vão
Porque a vida, amigo, passa
Num brevíssimo piscar de olhos
Restam arrependimentos e lamentos
Mas nunca, sem hipóteses, a chance de voltar atrás
E, quando se dá conta, você já caiu
Sim, o tempo já te iludiu
Aqui, quase nada rimou
Acho que minha mente novamente se esgotou
É hora de acordar, ela percebeu
Voltar a correr, a trabalhar
Se tornar a máquina que aqui cresceu
E, com esta percepção, meu coração doeu
Mas, amigos, vou voltar só um pouco a rimar
Porque sei que aqui também restou o amar
Então, uma mensagem quero deixar
Vamos viver, lutar e apreciar
A beleza que os olhos são capazes de enxergar
E, para, então, finalizar
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo…..
isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos
que não podem mais voltar….. isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar …
os pensamentos…..isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsivamente
para que revejamos a nossa vida…..isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado….. isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa
alma …..
Francisco Buarque de Holanda
Da minha amiga brasileira cuja poesia eu gosto muito.
ENTALHES DO DESEJO
por Sandra Gonçalves
Desenha-me, faça -me sua pintura,
Desliza sobre mim toda tua ternura! …
Pinta-me em um quadro mulher…
Inspiro-te da forma que lhe convier.
Desenha-me, em teus delírios vorazes!
Faça de sua tela meu pequeno oásis.
Pode me esculpir em detalhes.
Um corpo tão cheio de entalhes!
Esculpa-me, com seus olhos famintos,
Quero uma pintura com cheiro de absinto.
Contornos de um corpo em malícias
Pinceladas delicadas de caricias!
Quero meus detalhes em suas mãos,
Vorazes mãos de um amante sedutor.
Risque meus traços com desejo!
E Termine sua obra com um ténue beijo.
Absorva-me em sua sensual obra,
Uma arte que em suspiros se desdobra!
Esculpa-me em barro quente.
E desenhe esse ser ardente!
Respire… mas suas mãos da tela não retire!
Mesmo que a brasa ardente da pintura,
Lhe cause na alma e no corpo ruptura.
Respire e me olhe, deixe que eu lhe inspire!
Venda-me os olhos para que eu não veja,
A arte sensual que pintas e desejas!
Enlaça-me, em sedas , cetins e linho.
Faça deste quadro,nosso ardente ninho!
Jogada ao chão de seus desejos,
Ansiosa por seu toques e beijos!
Quero você a me esculpir, a me desenhar…
Neste quadro onde somente o desejo cabe entrar!
Esculpa-me, desenha-me, ama-me… Apenas com o olhar!
Sandra Gonçalves
visitem meu blog!
www.vidaseverdades.blogspot.com
PÔR DO SOL
Pela flora verdejante e densa caminhei
Pelas margens de rios semeei pensamentos
ErguDei os meus braços ao sabor dos ventos
Nas ondas de marés agitados mergulhei
Descansei sobre areias finas e douradas
Que comigo falavam quebrando solidões
Os meus desejos estavam presos por grilhões
As minhas angústias de anos estavam privadas
Que mil sóis me deem força para lutar
Que o meu corpo continue a caminhar
Até ver uma luz lá ao fundo, meu farol
Caí o dia no mais belo entardecer
O horizonte diz-me que não quero morrer
Sem antes ver contigo mais um pôr-do-sol
Ângelo Gomes – 28-02-2016 – 19h58