Fonte: OBVIOUS

tportoA Ti Porto

publicado em sociedade por Rita Palma Nascimento
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Cidade de recantos e mil encantos. Um olhar a aguarela pintado, D. Luís entre margens atravessado, visões do futuro, do presente e do passado.
A cultura mora nas ruas, de mãos dadas com a tradição, do Rivoli à Casa da Música, sem nunca esquecer o Bolhão.

2015-12-29 15.29.39.jpg O Porto visto de Gaia. Fotografia da minha autoria.

Enquanto não existe amanhã… Percorro-te as ruas, cruzo-te as esquinas, absorvo cada rasgo de luz por entre ruas e ruelas, travessas escondidas. Quando desço a avenida sou pequena. Tão pequena e tu tão imponente. Escultural, perfeito de ambos os lados, Aliados. Alegre passeio p’lo Passeio Alegre, onde me levam os carris de histórias tantas, do Infante até à Foz, dando voz a tempos idos. Elétrico caminho, assim, devagarinho, para te apreciar mais um pouco. Um olhar pintado a aguarela.

D’ouro são as tuas àguas, aquelas que D.Luís atravessa, unindo-te à outra margem de onde te volto a contemplar, como uma criança à janela. Nova tela a aguarela. Aos Rabelos confias o teu sangue, que o Mundo bebe e que na outra margem descansa. Entre Calem, Sandman, Offley e tantos outros, o Porto bebe-se Tawny ou Ruby.

A Gaia tanto confias, mas o encanto volta a ser teu. Sem palavras para a Ribeira, perco-me na tua beira e guardo-te no olhar. Sei que já vos levei à Foz, só não vos falei do mar atróz e fascinante. Silêncio, só se ouve o teu canto, cem turistas num recanto, chamado farol. Intimidados com tamanha rebeldia, tiram-te mais uma fotografia e tu agradeces, rebentando. Tens a Música em casa e na Lello as tuas histórias, tens em Serralves o pulmão, a arte no Rivoli e a frescura no Bolhão. Santa Catarina sobe e desce, até á hora em que adormece e se muda a direção.

E à luz do Sol ou da Lua, eu já me sinto tua e não me canso de ti. Por ruas, ruelas e calçadas o teu encanto nunca se apaga, seja de dia ou adiante; e já é de madrugada.

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De: Fernando Pessoa

Tenho tanto sentimento

Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

Fonte: Observador – fotos de Olivier Ciappa

1453742654_038581_1453805453_album_normal1453742654_038581_1453805456_album_normalSim, são duas mulheres a beijarem-se. E então?

29/1/2016, 13:57

Eva Longoria, Jean-Baptiste Alaize, Florent Manaudou e muitos outros famosos juntaram-se ao fotógrafo Olivier Ciappa por uma causa: impactar o público para combater a homofobia. As imagens estão aqui.

O fotógrafo francês Olivier Ciappa continua empenhado em combater os estereótipos e em derrotar a homofobia. Tudo através da sua arte. A série “Imaginary Couples” ilustra bem a batalha que está a travar: o fotógrafo convidou artistas e atletas famosos para posarem com colegas em posições intimistas e sugestivas. Podia ser apenas mais um trabalho sobre o amor, mas traz uma diferença: todos os pares recordam a homossexualidade. Porque é a busca pela igualdade o pilar deste projeto.

Com “imagens naturais”, Olivier Ciappa espera conseguir ser impactante o suficiente colocando “famosos de quem as pessoas já têm uma imagem pré-concebida” em situações a que o público não as associa. “Há uns anos, o casamento homossexual em França desmascarou um retrocesso negativo e inesperado. Milhões de pessoas marcharam com faixas que diziam frases assustadoras como ‘França precisa de bebés, não de homossexuais’ (…). Atualmente, casais reais e famílias homossexuais são tão raros nos média, nos filmes, na televisão”, explica Olivier Ciappa no Facebook. Foi por isso que decidiu tirar as fotos.


Quanto mais as pessoas sem esta noção virem estas imagens, mais elas ficarão gravadas na sua memória e irá lentamente eliminando as fantasias que elas próprias construíram pela sua falta de conhecimento. Chamo a isto educar pela retina.

A aceitação ao projeto foi tão boa nos últimos meses na Europa que Olivier Ciappa prepara-se agora para o levar até aos Estados Unidos. Na fotogaleria vai encontrar algumas das imagens disponibilizadas pelo fotógrafo francês no Facebook.