Cedido por Rosa Maria (madrinha deste blogue o que muito me honra)

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Rosa Maria

Procura-me nos poemas…

DE: ROSAMARIA

Se não me encontras nos meus poemas…procura-me em ti

Se me queres sentir…procura-me nas entrelinhas das prosas
Na ausência das palavras…no silêncio infinito onde me perdi
Se não me encontras nos meus poemas…procura-me nas rosas

Se não me encontras nos meus poemas…procura na solidão
Na outra que tem o meu corpo…no outro lado dos meu medos
Não me procures nas palavras…procura-me no teu coração
Na loucura insana…escorrendo solta do vazio dos meus dedos

Se não me encontras nos meus poemas…esquece meu amor
Essa não sou eu…é uma triste louca que de amor endoideceu
Procura-me na ponta do punhal…no sangue da minha dor
Encontra-me na sombra do teu corpo…onde a poeta morreu

Se não me encontras nos meus poemas…procura na eternidade
Nas flores secas que caiem do meu peito e em ti se prenderam
Procura nos sonhos mortos…restos perdidos da minha mocidade
Encontra-me nas frias madrugadas…que em mim anoiteceram

Se não me encontras nos meus poemas…procura na escuridão
Nas infinitas noites…nos dias desolados…nas mãos de ti vazias
Procura-me nos labirintos que habitam o meu corpo…na paixão
Encontra-me…no abismo da minha alma…na tristeza dos dias

Se não me encontras nos meus poemas…procura na sepultura
Encontra-me no profundo lago adormecido das minhas mágoas
Envolta no silêncio da noite…no fogo lento da minha loucura
Encontra-me e deita-me… no rio desfeito das minhas lágrimas

Escrito por: Rosa Maria

(sua página no Facebook: Rosa Maria
seu blogue :
http://rosasolidao.blogspot.pt )

NO CAMPO DA LUZ – Célia Laborne

* Assim, parada e silenciosa, imóvel, fixa como árvore de seiva hibernada, planto-me para as germinações do campo da luz. Assim, divido-me e faço-me semente para as terras já preparadas.
Os companheiros estão próximos: uns mais despertos outros ainda sonolentos mas capazes já de atenderem ao primeiro chamado. Por isso, quase sempre, deixo que cante em mim o mensageiro das auroras iniciais para que ninguém se desvie do novo roteiro, ou ciclo.
Ciosa da revelação das verdades, guardo seus reflexos enquanto o dia não se faz pleno e transmito, a todos, o canto primeiro que ainda se deixa captar por palavras. A nota primeira que foi feita para estabelecer o contato, para deixar brotar a semente que se tornará flor e fruto.
** Neste tempo é próprio que os símbolos se repitam, vezes sem conta, até que chamem o correto sentido para os que começam a viagem.
Em nossa estrada de desencontros as lutas são inevitáveis e por vezes, inadiáveis, mas as fronteiras vão-se ampliando e os pioneiros mostram as formas do trabalho mais produtivo, da ação mais conveniente, para a hora presente.
E, uma vez agrupados, todos já se podem saudar como verdadeiros irmãos interligados pela presença maior sem distorções, sem critérios exclusivistas. De palavra em palavra, de diálogo em diálogo, chega-se ao elo principal da corrente onde as realizações se fazem mais diretas, sem interferências e sem desvios. Para isso, se prepara cuidadosamente a linguagem, o vocabulário, a atitude correta.
Deixemos que seja reverenciada essa aparente impenetrabilidade dos caminhos da plenitude. – Não sofra pelos altos e baixos; a cada dia, os passos adquirirão força nova para uma caminhada mais longa, penetrante, e profunda.
*** Se todos fizerem o seu trabalho próprio haverá festa no Mundo. Nada ficará sem resposta, nada restará sem solução se a busca for constante, intensa e profunda.