tão imenso como o mar
e como a vida,
o desejo
é uma abstracção do espírito
reduzida à coerência animal
do instinto.
Pinta de cores garridas
qualquer noite e,
porque é do sangue a borbulhar
que vem o fogo,
procura rachar e queimar,
com ímpetos febris
qualquer inércia
até que as estrelas
rebentem em briho na pele
até que as árvores andem
até que os braços da Terra
fiquem insanos
e tudo seja lava
a incendiar as últimas pedras,
para que nada escape à inocência.
E é com os meus olhos postos
no teu alvoroço
que eu sinto como és bonita,
que eu vejo como és
a eterna pureza
e a gota de água
que enche o rio e o mar
da minha vida em concreto.
(sugiro uma visita ao seu blogue:
http://nimbypolis.blogspot.pt )fotografia de: Raymond Elstad